sábado, 11 de julho de 2009

INSTALAÇÃO DESAPOIOS



Inauguração da exposição:
Neca Sparta, Regina Galbinski Teitelbaum, Rosali Plentz, Isabel Castro, Denise Isernard Haesbaert, Lorena Steiner









Desapoios

E é assim que acontece...

Na vida, se nos apegamos em um erro de cálculo, tudo que podemos criar são estruturas falhas; quando as colocamos a prova, tentando representá-las na realidade, essas se mostram insustentáveis. É como se tudo que nos esforçamos tanto para criar desmoronasse bem diante dos nossos olhos e nos perguntamos por que essa pretensa realidade não se sustenta? É simples: um erro só sustenta outro erro e do erro ao acerto há uma distância incalculável. Se, por outro lado, percebemos o ato falho, então tudo fica mais fácil, podemos nos desapoiar desses falsos pilares e procurar os que dão verdadeira sustentação à realidade...

E é assim que crescemos,
Desapegamo-nos daquilo que não conseguimos manter;

Quando reconhecemos um erro de cálculo em nossas vidas e nos dispomos a resolvê-lo percebemos que se desapoiar do falso é se libertar...

E é assim que nos transformamos,
O tempo passa e vai caindo a casca;

Proponho que nos libertemos da mentiras que nos sustentam, que nos desapoiemos de todas as ilusões que criamos para nos confortar. Usemos o desapoio como sustentação, desapeguemos do que nos separa de nós mesmos, para que, assim, libertos nos encontremos...

E é assim que nos conhecemos,
Acostumamo-nos com o que há de essencial à vida.


Cássio Vinícius Steiner de Sousa


Instalação apresentada para a ocupação do novo espaço:
PÁTIO da Gravura Galeria de Arte.
Inauguração: sábado, 19 de setembro das 10h às 13h.
Visitação: de 19 de setembro a 28 de novembro de 2009.
segundas às sextas das 9h30min às 18h30min e sábados das 9h30min às 13h30min.
Rua Corte Real, 647, Porto Alegre-RS.
gravura@gravuragaleria.com.br – www.gravuragaleria.com.br


Artistas participantes:
Denise Iserhard Haesbaert, Lorena Steiner, Neca Sparta, Rosali Plentz

Descrição:
O projeto parte do próprio espaço, sustentado por colunas de apoio, que sofrerá a interferência dos artistas que irão explorar esse espaço construindo suas colunas-desapoio, convidando o espectador a desafiar sua própria percepção. São estruturas que questionam a condição de sustentação inerente a esses recursos, propondo uma inversão de seu conceito, criando um novo, fundamentado no pensamento de Paul Valery: “Ver é pensar”. E acrescentam: “Ver é questionar, ver é subverter, ver é transformar”.
Numa invasão vertical essas estruturas transformarão o ambiente expositivo, questionando a sustentabilidade onde a fragilidade, principalmente nos materiais utilizados pelos artistas será a força nas diferentes manifestações artísticas. A preferência por materiais com características de precariedade, fragilidade ou maleabilidade darão o suporte formal às instalações pelas possibilidades que têm de se adequarem a proposta.

A exposição faz parte da mostra Bienal B 2009 que tem a curadoria geral de Isabel de Castro e das curadoras convidadas Amélia Brandelli e Adriane Hernandez. O projeto apresenta uma instalação produzida pelos artistas especialmente para o espaço, no qual criaram colunas-desapoio interagindo com a estrutura do próprio prédio da galeria. A Instalação será concebida pelo grupo, onde não haverá uma proposta individual de cada artista e sim um conjunto de trabalhos que irão interferir uns nos outros. Suas obras propõem uma reflexão e uma provocação para o público, ao questionarem a condição de sustentabilidade dessas colunas e proporem uma inversão de seu conceito.

DENISE ISERHARD HAESBAERT:
Em minha poiética tenho o corpo, o tempo e o feminino como minhas questões principais, construídas pela prática de ritos e performances,nas linguagens de pintura e vídeo.Organizo as minhas obras por séries que nomeio Zonas. O termo Zonas é por mim empregado no sentido de Territórios, de faixas divisórias de pesquisas, de experimentos, de temas, de camadas, de corpos, de lugares, de materiais, de divisão de espaços, de entremeios e de entretempos.
A metodologia do trabalho constituiu-se pela experimentação e prática de processos de feituras de atelier. Tem como intenções e estratégias a prática de ritos e performances; o corpo e o tempo como construtores da obra; o uso de metáforas e objetos simbólicos; a experimentação de linguagens e o uso de materiais díspares e precários. Por isso identifico meu trabalho como uma metáfora do corpo em constante transformação como as coisas do mundo, onde tudo é transitório e passageiro. É o outro quem inventa o que o corpo é, segundo suas vivências e subjetividades. Nesta instalação, busco uma nova abordagem para representá-lo, por meio de uma –coluna orgânica- feita de resina, que nos remete a partes de um novo corpo, desintegrado, que se aproxima da medida da minha estatura, como uma outra estratégia de percepção. Busco uma harmonia com o espaço e com o conceito – proposta do grupo –¬ DESAPOIOS ; mantenho meu olhar e interesse pelo corpo.


LORENA STEINER
No projeto “Desapoio” para Bienal B, na galeria Gravura, proponho duas colunas. A primeira, um empilhamento de tijolos de papel machè com terra ligados por uma estrutura de ferro. A segunda coluna é de juta com cola, pó de mármore e tinta acrílica, presa a quatro placas de arame galvanizado.



ROSALI PLENTZ
Coluna feitas com resíduos de revistas onde o que interessa é a modulação – repetição da forma que, com o acúmulo, cria diferentes tonalidades.


NECA SPARTA
Acúmulos de tecidos leves ou acúmulos de papéis, suspensos, que possam
gerar inusitados volumes dentro de uma poética de fragilidade,
protegidos, ou não, pela leveza do acrílico são a minha proposta para o
projeto. As imagens trabalhos anteriores ilustram os materiais que serão usados na
confecção das colunas a serem apresentadas na Instalação DESapoios.